Sonangol separa participações no BCP e na Galp em 'holdings' distintas



Participações na petrolífera e no banco deixam de estar debaixo da holding Sonangol EP. Nova orgânica coloca a Galp numa holding de operações estratégicas da Sonangol, enquanto a posição no BCP vai para uma holding de participações financeiras.

Sonangol separa participações no BCP e na Galp em 'holdings' distintas
A petrolífera angolana, que é accionista do BCP (17,84%) e da Galp (através da Esperaza Holding) irá em breve proceder a uma reestrututuração das suas áreas de negócios, revelou um responsável do Boston Consulting Group, Alexandre Gorito, durante uma conferência sobre Oil & Gas organizada pelo escritório de advogados Vieira de Almeida & Associados e pela associação AIPN, que decorreu hoje no Ritz. 

A reestruturação passa por criar 'holdings' paralelas à Sonangol EP para ficarem com as várias áreas. 

Assim deixam de estar debaixo da Sonangol EP as participações na Galp e no BCP, por exemplo, que ficam em holdings paralelas, mas com objectivos distintos.

Na futura orgânica do Grupo Sonangol, a Galp ficará numa holding de operações estratégicas, enquanto a posição no BCP vai para uma holding de participações financeiras.

Questionado se no futuro a participação do BCP será para manter ou vender, o 'partner' da BCG respondeu que ainda não tinha sido abordado esse assunto.

O Grupo Sonangol é hoje constituído pela Sonangol EP e empresas subsidiárias, como a Sonip - Sonangol Imobiliária, a Clínica Girassol e a Sonangol Investimentos Industriais; 

A BCG, bem como a VdA, foram escolhidas como 'advisers' pela Comissão de Reajustamento da Organização do Sector dos Petróleos - liderada por José Eduardo dos Santos e também composta por Isabel dos Santos - e que foi criada para implementar a reestrututuração orgânica da Sonangol.

"A futura orgânica tem em vista criar um contexto às empresas para que estas sejam mais eficientes", disse Alexandre Gorito, que é o 'partner' e 'managing director' da BCG em Luanda. 

O que está previsto é criar uma separação de actividades, que implica também uma separação de tutelas. Assim, fica a Sonangol EP sob tutela do Ministérios dos Petróleos, uma vez que "é a concessionária exclusiva para a exploração de hidrocarbonetos líquidos e gasosos no subsolo e na plataforma continental de Angola e responsável pela exploração, produção, fabricação, transporte e comercialização de hidrocarbonetos em Angola".

Depois serão criadas duas holdings, uma de serviços (que terá por exemplo a participação na MSTelecom - MERCURY) e outra de operações de petróleo e gás (onde ficará a participação na Galp, por ser considerada estratégica). E por fim há uma holding de investimentos financeiros, que fica sob tutela do Ministério das Finanças, que terá a participação no BCP, os bancos em Angola (por exemplo BAI), a hotelaria, o imobiliários. Esta destina-se a aglutinar os investimentos não estratégicos, fora da área petrolífera.

A participação na Unitel, que detém 49% do BFA, está n Mercury, que é da MSTelecom e, como o responsável pela BCG disse, esta reestruturação só prevê migrações das participações directas. 

A reestruturação pretende ser uma optimização de cada uma das áreas. A Sonangol continuará a concentrar a sua atenção na exploração e produção de petróleo, enquanto duas novas estruturas – uma Agência e o Conselho Superior – concentrar-se-ão na regulação e na administração.

A Agência a ser criada vai fazer parte da administração directa do Estado (da Presidência de Angola) e estará sujeita ao poder de direcção do titular do poder Executivo. O diploma cria, em simultâneo, um Conselho Superior de Acompanhamento do Sector Petrolífero que deverá reportar directamente ao Presidente da República, José Eduardo dos Santos.

O 'partner' da Sonangol defendeu que aos actuais preços a extracção do petróleo em Angola é lucrativa, mas vincou que é preciso reduzir custos para tornar a petrolífera mais eficiente. Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África subsaariana, com cerca de 1,7 milhões de barris por dia. Porém, o consultor admitiu que a economia angolana está excessivamente dependente das 'commodities', isto é, do petróleo e de outros recursos naturais.

Alexandre Gorito, que é especialista no sector de 'oil & gas', admitiu ainda que o petróleo de xisto (produzido nos EUA) é uma ameaça a para indústria petrolífera global.

Está previsto que a bolsa angolana comece a funcionar no início do próximo ano, mas para já não há nenhuma perspectiva de a Sonangol admitir à cotação alguma das holdings. 

O Grupo Sonangol tem hoje mais de 90 entidades sob a sua estrutura, das quais uma parte significativa não pertence directamente à actividade petrolífera, como a de transporte aéreo comercial, sector explorado pela SonAir. Nas telecomunicações, estão serviços desenvolvidos pela MSTelcom. Na prestação de serviços de saúde, através da Clínica Girassol. No sector imobiliário, através da Cooperativa Cajueiro e da Sonip. E a Sonangol Finance, entre outras.

portal angola

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